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Cafezinho #3: o tarado das listas e a necessaire do bailarino

Cafezinho #3: o tarado das listas e a necessaire do bailarino

O que aprendi com um exercício de escrita criativa e uma proposta para você

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David França Mendes
jun 25, 2025
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Cafezinho #3: o tarado das listas e a necessaire do bailarino
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Tem certas coisas que, uma vez que alguém te diz ou que você percebe, não há mais como “desver”. Como, por exemplo, quando me disseram para observar como na maioria das produções da Netflix o cenário está fora de foco, não há profundidade de campo. Pronto, agora você também vai ver isso e não vai mais desver.

Um ou dois anos antes da pandemia, ou seja, há mais de um século, fiz uma oficina de escrita criativa com o Marcelino Freire. Mencionei o Marcelino antes, neste post sobre a atenção do escritor, e agora quero contar de um exercício que ele propôs: listar tudo que você imagina que um bailarino leva na sua necessaire de viagem e escrever um conto a partir da lista. Fiz o exercício, e falo disso daqui a pouco.

Daí para a frente comecei a ver listas em toda parte, nos livros que eu lia. Porque elas estão mesmo em toda parte. Um cara que é praticamente um tarado das listas é o Thomas Pynchon.

Trecho de “O último grito” (“Bleeding edge”), de Thomas Pynchon, na tradução de Paulo Henriques Britto. Falei desse livro antes, neste post e nesse outro post

Repara como o parágrafo acima é, no fundo, uma lista. Ônibus articulados, portas de aço, caminhões, sujeitos munidos de mangueiras, sem-tetos, equipes de trabalho, adeptos do jogging, policiais, crianças, pais e babás, crianças com patinetes razor. Como se Pynchon tivesse, antes de escrever, feito uma lista de coisas que se vê logo de manhã em Nova York. E é bem possível que tenha feito.

Fazer listas já era parte do meu processo de trabalho antes da oficina com o Marcelino, mas de outra forma. Listas para experimentar ideias. Listas para me dar opções e me salvar do perigo que é se fixar numa primeira ideia. Listas de listas. Acima de tudo, listas de alternativas: para uma história, para uma personagem, para uma cena. E eis que este parágrafo é um parágrafo-lista.

É hora então de mudar sua vida com o poder das listas.

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