O que é e o que não é a estrutura de uma história? E a voz da autora de "The handmaid's tale" reverbera na minha cabeça, enquanto os mortos tentam me dizer alguma coisa
Muito boa a imagem da lanterna no escuro! E concordo com você sobre a questão do roteiro (ao menos no Brasil) ser vista de uma forma mais esquemática e planejada do que deveria. Sinto que é algo que acabou sendo "institucionalizado" no pensamento e nas conversas entre roteiristas, mas que na verdade é melhor pra indústria, que pode ter mais controle, do que pra própria história que se escreve. Enfim, o bom é que esse é um pensamento que dá pra mudar — e acho que um curso sobre estudo de personagem ministrado por você, David, é um bom passo pra isso. Então me interesso sim!
Legal, Gustavo, te aviso quando tiver novidades. Fica de olho que é provável que eu anuncie isso na próxima news, mas vou tentar também avisar individualmente a quem se interessou
e tem aquela frase do D.F. Wallace, no The Pale King, "every love story is a ghost story", que aparece meio do nada, mexe contigo e segue 'espectrando', pq não dá pra saber bem o que o DFW quis dizer, no contexto (ou fora dele), uma frase-fantasma, e aí hoje descubro que tem até artigo na new yorker sobre ela e o que poderia querer dizer...
Não conhecia a frase, Ananda, não li o Pale King. A matéria na New Yorker é ótima. Eu aposta na solução que ele propõe no final: "the only other solution is even weirder: two writers, Stead and Wallace, dream up the same phrase a world and a decade apart. "
ago 17·editado ago 17Curtido por David França Mendes
Pontos que nos tocam sob medida: o corporativismo se imiscuindo na administração da criatividade, cada vez mais. Uma sala de roteiro numa produçao para streaming hoje, tem diversos gerentes e sub gerentes, a maioria deles, como não é do ramo, inventando zil regras para ter poder sobre os "criativos, essa gente estranha e sempre necessitada de tutela". Por isso a proliferação de mil "indutores e regulamentadores" de histórias na criação, nos quais os "capatazes de idéias" se instrumentalizam para exercer seus pequenos grandes poderes. (E que, aparentemente, não têm dado certo.) Lembro, lááá atrás, quando Syd Field surgiu com seu paradigma - já usado e abusado pelo cinema americano - e muitos incensaram como grande sacada e adotavam como lei, eu sempre dizia: "Gente, Augusto Matraga faz parte de "Sagarana", lançado em 1948 e esse paradigma está todinho ali. Pode conferir." Basta ler e ver. Será que Rosa também era profeta? Sei lá... Portanto, caminhar no escuro com essa lanterninha é difícil. Mas usar muitos faróis pra iluminar o caminho "correto" também pode não ser bom. Na região penumbrosa da incerteza e do desafio é que estão os percursos onde habita a idéia nova, original e instigante.
Muito boa a imagem da lanterna no escuro! E concordo com você sobre a questão do roteiro (ao menos no Brasil) ser vista de uma forma mais esquemática e planejada do que deveria. Sinto que é algo que acabou sendo "institucionalizado" no pensamento e nas conversas entre roteiristas, mas que na verdade é melhor pra indústria, que pode ter mais controle, do que pra própria história que se escreve. Enfim, o bom é que esse é um pensamento que dá pra mudar — e acho que um curso sobre estudo de personagem ministrado por você, David, é um bom passo pra isso. Então me interesso sim!
Legal, Gustavo, te aviso quando tiver novidades. Fica de olho que é provável que eu anuncie isso na próxima news, mas vou tentar também avisar individualmente a quem se interessou
opa. vou querer. sdds.
e tem aquela frase do D.F. Wallace, no The Pale King, "every love story is a ghost story", que aparece meio do nada, mexe contigo e segue 'espectrando', pq não dá pra saber bem o que o DFW quis dizer, no contexto (ou fora dele), uma frase-fantasma, e aí hoje descubro que tem até artigo na new yorker sobre ela e o que poderia querer dizer...
https://www.newyorker.com/books/page-turner/d-f-w-tracing-the-ghostly-origins-of-a-phrase?_sp=691a02ae-3f74-46a9-a7bd-6df977ab4a70.1724866476880
Não conhecia a frase, Ananda, não li o Pale King. A matéria na New Yorker é ótima. Eu aposta na solução que ele propõe no final: "the only other solution is even weirder: two writers, Stead and Wallace, dream up the same phrase a world and a decade apart. "
Pontos que nos tocam sob medida: o corporativismo se imiscuindo na administração da criatividade, cada vez mais. Uma sala de roteiro numa produçao para streaming hoje, tem diversos gerentes e sub gerentes, a maioria deles, como não é do ramo, inventando zil regras para ter poder sobre os "criativos, essa gente estranha e sempre necessitada de tutela". Por isso a proliferação de mil "indutores e regulamentadores" de histórias na criação, nos quais os "capatazes de idéias" se instrumentalizam para exercer seus pequenos grandes poderes. (E que, aparentemente, não têm dado certo.) Lembro, lááá atrás, quando Syd Field surgiu com seu paradigma - já usado e abusado pelo cinema americano - e muitos incensaram como grande sacada e adotavam como lei, eu sempre dizia: "Gente, Augusto Matraga faz parte de "Sagarana", lançado em 1948 e esse paradigma está todinho ali. Pode conferir." Basta ler e ver. Será que Rosa também era profeta? Sei lá... Portanto, caminhar no escuro com essa lanterninha é difícil. Mas usar muitos faróis pra iluminar o caminho "correto" também pode não ser bom. Na região penumbrosa da incerteza e do desafio é que estão os percursos onde habita a idéia nova, original e instigante.
Pra ficar na metáfora: nada contra variar de lanterna, pode até usar uns LED, mas luz de mais ofusca.
Curti a lanterna. A minha está precisando trocar as pilhas hehehe
Essas lanternas estão sempre precisando de novas pilhas
Fã da Atwood mas também não conhecia esse livro. E fã de histórias com fantasmas rs
O Thiago, num comentário aqui, encontrou o livro em português. Boa notícia, eu achava que não existia
Ótima dica. Não conhecia o livro da Atwood. Esperando ansioso a tradução.
Tomara que alguém publique em português, é uma pena que não exista (que eu saiba)
Procurei aqui e achei sob aquele título que você mencionou, "Negociando com os mortos".
Sério? que ótimo!