Para quem está na sala de aula, tá bem complicado isso de não ler porque tem uma história x ou y, ou uma passagem desse ou daquele jeito. Existe uma pressão para que livros com gatilhos saiam das ementas. Parece que aquela camada de ficção que nos permitia experimentar, com todas as contradições disso, está se diluindo.
(E sobre as pequenas barbaridades, totalmente de acordo. Quando tem um narrador saliente, como Memórias póstumas ou Grande sertão, se transforma num pequeno absurdo...)
Comecei a escutar podcasts de ficção após ler essa newsletter e estou adorando. Dolores Roach não ter um final foi frustrante (mas a sua dica foi ótima!)
já li várias coisas sobre kairos e não tive vontade de ler, mas agora tu me convenceu. porém não achei Kairos em português, será que não foi traduzido ainda? em inglês para kindle custa 111 reais, ui.
Vai sair em português, acho que ainda esse ano. Sai um outro da autora antes, já agora em julho. Sobre o curso, dou notícias quando tiver definido como vai ser :-)
Sobre Kairos, valeu a dica, vou ver se acho por aqui. Escrito por uma mulher me interessa mais ainda. Eu só acho que vou ficar muito irada, com aquela sensação de querer entrar no livro e sacudir a personagem. Foi o que senti lendo dias de abandono, da Ferrante. Ô raiva daquela dona, viu? Irritação que eu fiquei....
Impossível não ser colocar nos personagens... partes nossas sempre estão neles e se a gente parar pra pensar, a gente faz isso não só como escritores, mas como leitores (vide a raiva que fiquei da tal dona da Ferrante)
Oi, David! Esse "Case 63" deve ser o "Paciente 63" em versão para o inglês. Se não me engano, foi escrito por um espanhol e traduzido para mais línguas. Gostei muito da primeira temporada, mas se enrola um pouco mais pra frente. Taí a versão nacional, com Mel Lisboa e Seu Jorge: https://open.spotify.com/show/4oh9G7rQXhTjI0mrXuuKm1
Grande Ulisses, obrigado por me atualizar! Na próxima edição vou incluir isso tudo. Mas na verdade o Case 63 entrou mais porque eu estava falando sobre tempo e queria passar pro assunto podcast. :-)
Sim, sim. Perfeito link. Sei que não era um ponto importante nessa edição. Mas comentei porque era a única parte em que eu poderia contribuir. Nas outras só absorvi, agradecido. Abs!
Foi ótimo que comentou. Eu estava curioso sobre a origem do podcast já, porque a pessoa que escreveu aparece como "adaptação de" e eu alguma hora pretendia pesquisar o que essa pessoa teria adaptado. Imaginei que fosse um livro, mas na verdade, como você disse, foi o original espanhol. Abração!
Muito interessante essas questões levantadas. Acho importante o leitor ter algum tipo de aviso de que trata de uma obra com abordagens de temas sensíveis. Nas orelhas e contracapa, ou na apresentação é possível pescar uns sinais, sem que importe spoiler.
Quanto às citações, vou me atentar a partir de agora. Geralmente cito a obra junto com o autor, mas é bom ficarmos atentos para colocar palavras na boca dos outros.
Importante levantar essa distinção entre autor e personagem. Há um patrulhamento forte nesse sentido que, se tomado ao pé da letra, reprimiria a construção de personagens como Hans e praticamente todos aqueles cujo comportamento não obedecesse aos cânones do politicamente correto e afins. O que seria desastroso, empobrecedor e limitador. Essa confusão, inclusive, está presente, como você mesmo acaba mostrando no texto e é preocupante.
Interessantíssimo seu texto! Coincidências da vida - ou não rsrs -, pesquiso José Saramago no meu mestrado em literatura e, me preparando para o trabalho final de uma disciplina, tive de lidar justamente com essa questão: quem, afinal, está falando? No caso de Saramago a questão se coloca relevante por ele, tantas e tantas vezes, matar o narrador em seus romances hahaha Barthes matou o autor e vez ou outra a gente esbarra com esse conflito de vozes tão perturbador…
O Vila-Matas (nunca sei se tem dois ll, dois tt, deixo um de cada então) tem um romance, "Viagem vertical" em que o narrador aparece como personagem no meio, quando até então ele parecia totalmente fora de tudo
Para quem está na sala de aula, tá bem complicado isso de não ler porque tem uma história x ou y, ou uma passagem desse ou daquele jeito. Existe uma pressão para que livros com gatilhos saiam das ementas. Parece que aquela camada de ficção que nos permitia experimentar, com todas as contradições disso, está se diluindo.
(E sobre as pequenas barbaridades, totalmente de acordo. Quando tem um narrador saliente, como Memórias póstumas ou Grande sertão, se transforma num pequeno absurdo...)
Comecei a escutar podcasts de ficção após ler essa newsletter e estou adorando. Dolores Roach não ter um final foi frustrante (mas a sua dica foi ótima!)
Legal que o post te abriu novos horizontes. Sobre Dolores Roach, pois é, pessoal escreve contando com segunda temporada, dá nisso
já li várias coisas sobre kairos e não tive vontade de ler, mas agora tu me convenceu. porém não achei Kairos em português, será que não foi traduzido ainda? em inglês para kindle custa 111 reais, ui.
(tenho interesse no curso sobre personagem)
Vai sair em português, acho que ainda esse ano. Sai um outro da autora antes, já agora em julho. Sobre o curso, dou notícias quando tiver definido como vai ser :-)
https://open.spotify.com/show/4oh9G7rQXhTjI0mrXuuKm1?si=a3YFai09Rnu03u-lTA0QjA (case 63 traduzido? )
Sobre Kairos, valeu a dica, vou ver se acho por aqui. Escrito por uma mulher me interessa mais ainda. Eu só acho que vou ficar muito irada, com aquela sensação de querer entrar no livro e sacudir a personagem. Foi o que senti lendo dias de abandono, da Ferrante. Ô raiva daquela dona, viu? Irritação que eu fiquei....
Impossível não ser colocar nos personagens... partes nossas sempre estão neles e se a gente parar pra pensar, a gente faz isso não só como escritores, mas como leitores (vide a raiva que fiquei da tal dona da Ferrante)
Oi, David! Esse "Case 63" deve ser o "Paciente 63" em versão para o inglês. Se não me engano, foi escrito por um espanhol e traduzido para mais línguas. Gostei muito da primeira temporada, mas se enrola um pouco mais pra frente. Taí a versão nacional, com Mel Lisboa e Seu Jorge: https://open.spotify.com/show/4oh9G7rQXhTjI0mrXuuKm1
Grande Ulisses, obrigado por me atualizar! Na próxima edição vou incluir isso tudo. Mas na verdade o Case 63 entrou mais porque eu estava falando sobre tempo e queria passar pro assunto podcast. :-)
Sim, sim. Perfeito link. Sei que não era um ponto importante nessa edição. Mas comentei porque era a única parte em que eu poderia contribuir. Nas outras só absorvi, agradecido. Abs!
Foi ótimo que comentou. Eu estava curioso sobre a origem do podcast já, porque a pessoa que escreveu aparece como "adaptação de" e eu alguma hora pretendia pesquisar o que essa pessoa teria adaptado. Imaginei que fosse um livro, mas na verdade, como você disse, foi o original espanhol. Abração!
Muito interessante essas questões levantadas. Acho importante o leitor ter algum tipo de aviso de que trata de uma obra com abordagens de temas sensíveis. Nas orelhas e contracapa, ou na apresentação é possível pescar uns sinais, sem que importe spoiler.
Quanto às citações, vou me atentar a partir de agora. Geralmente cito a obra junto com o autor, mas é bom ficarmos atentos para colocar palavras na boca dos outros.
um beijo.
Que bom que as questões te interessaram, Ludmila :-) beijo
Fiquei curiosa sobre esse Case 63.....vou ouvir.
como falei, não escutei tudo ainda. Escuta lá e depois conta!
Importante levantar essa distinção entre autor e personagem. Há um patrulhamento forte nesse sentido que, se tomado ao pé da letra, reprimiria a construção de personagens como Hans e praticamente todos aqueles cujo comportamento não obedecesse aos cânones do politicamente correto e afins. O que seria desastroso, empobrecedor e limitador. Essa confusão, inclusive, está presente, como você mesmo acaba mostrando no texto e é preocupante.
Interessantíssimo seu texto! Coincidências da vida - ou não rsrs -, pesquiso José Saramago no meu mestrado em literatura e, me preparando para o trabalho final de uma disciplina, tive de lidar justamente com essa questão: quem, afinal, está falando? No caso de Saramago a questão se coloca relevante por ele, tantas e tantas vezes, matar o narrador em seus romances hahaha Barthes matou o autor e vez ou outra a gente esbarra com esse conflito de vozes tão perturbador…
O Vila-Matas (nunca sei se tem dois ll, dois tt, deixo um de cada então) tem um romance, "Viagem vertical" em que o narrador aparece como personagem no meio, quando até então ele parecia totalmente fora de tudo
Muito bom